EMPREGO - Existe o emprego dos sonhos? Especialista conta como consegui-lo
Segundo consultor, a felicidade profissional está muito além do salário
Quem nunca teve problemas no emprego que atire a primeira pedra! O sonho de muitas pessoas que trabalham é um ambiente sem adversidades, em que se sentem valorizadas e ganham por mês um valor que as satisfaça integralmente. Mas será que existe o famigerado “emprego dos sonhos”? José Luiz Ferreira, sócio-diretor da empresa de consultoria profissional Vitadenarium, conta que “se você está a procura do emprego dos sonhos, saiba que cada vez mais as boas empresas estão preocupadas em oferecer um lugar onde você seja feliz”.
Segundo o especialista, é absolutamente aceitável a busca por um emprego perfeito, mas o que também é normal é a conquista desse sonho sem que se perceba. Quanto a esse dilema, ele orienta que é preciso estar atento às oportunidades e não temer encarar desafios. “A postura oposta seria ficar na zona de conforto, esperando um bilhete premiado, que certamente não virá, ou se vier sem esforço haverá algum ônus escondido”, aconselha.
Salário (não) é tudo
Segundo Ferreira, a felicidade profissional não depende exclusivamente do dinheiro. “São diversos os aspectos essenciais em uma relação entre empresa e empregado que levem a um sentimento de felicidade, e esses aspectos não se restringem, necessariamente, ao salário. Na verdade, o salário precisa ser ajustado à medida das habilitações e capacidades dedicadas a empresa. Quando o valor é elevado além do que seria justo, pode ser uma indicação de que há interesse em algo mais, talvez minha cumplicidade”, explica.
Ainda de acordo com ele, para que tudo seja o melhor possível, depende tanto do empregado quanto da empresa. “A empresa tem de ser um espaço motivador, e motivação emerge de três âmbitos essenciais. De início, o que é feito como resultado do meu trabalho deve ter um significado claro para ambos, empresa e empregado”, destaca. Ele conta também que é necessário conhecer o espaço de autonomia que a função proporciona e explorar todos esses espaços, do contrário fica-se preso ao imobilismo da zona de conforto, e abre-se mão dos desafios e criatividade. “Por último, o que se faz deve proporcionar tornar-se, não apenas um profissional melhor, mas uma pessoa melhor a cada dia”, orienta.
José Luiz conta que existem pesquisas, como a conduzida pelo departamento de economia da Universidade de Warwick, no Reino Unido, que mostram claramente uma correlação entre mão de obra feliz e maior produtividade e, dessa forma, as empresas estão percebendo que a felicidade do funcionário é essencial para o sucesso da companhia.“Cabe a você se preparar para ser percebido por essas empresas”, orienta e destaca que só é possível saindo da zona de conforto.
Ele ainda ressalta que empresas que apostam todo o seu sucesso no crescimento, apenas dando importância a metas numéricas, não se sustentam mais hoje em dia. “Ao dissociar de um modelo mais centrado no desenvolvimento humano, tendem a proporcionar um ambiente de trabalho instável, e por vezes infeliz. Estas empresas tem se mostrado insustentáveis ao longo do tempo, pois há constante troca de pessoal, sendo cada vez é mais caro crescer um ou dois por cento de participação no mercado”, finaliza.
Beatriz Coppi